Represadas há exatos 50 anos para aproveitamento hidrelétrico, as águas do Rio Paranapanema formaram um vasto mar de água doce no interior do estado. A imensa bacia, conhecida hoje como Represa de Jurumirim, abrange uma área de 17.800 km² e contém 7,2 bilhões de metros cúbicos de água. Ela banha dez municípios, destacando-se Avaré como o principal centro regional do Vale do Paranapanema.
Projetada pela antiga Uselpa (Usinas Elétricas do Paranapanema S/A), a primeira empresa paulista de economia mista dedicada à geração de energia elétrica, a construção da Represa de Jurumirim começou em 1956. Seu nome oficial é Usina Hidrelétrica Armando Avellanal Laydner, e sua estrutura permite a geração de 100 megawatts para o sistema energético nacional.
Localizada entre os municípios de Cerqueira César e Piraju, a barragem foi construída com 200 mil metros cúbicos de concreto e utiliza turbinas do tipo Kaplan e geradores Umbrella de eixo vertical. Sua capacidade de descarga é de 1.790 metros cúbicos de água por segundo.
Embora a geração de energia elétrica seja sua principal função, a unidade também serve para o acúmulo de água, fornecendo recursos para outras usinas do sistema Paranapanema, que incluem Chavantes, Salto Grande, Canoas II, Canoas I, Capivara, Taquaruçu e Rosana.
De acordo com técnicos da Duke Energy International, a atual gestora, “a barragem representa um importante passo para o desenvolvimento de toda a área de influência do rio”.
A Represa de Jurumirim, com um reservatório que se estende por 449 km², está situada em uma região de reconhecido potencial econômico. Suas águas incentivam práticas esportivas, lazer e turismo. Para se ter uma ideia da sua vastidão, a área da represa é equivalente a 41.572 campos de futebol oficial (120 m x 90 m).
Impactos Ambientais
A criação do lago de Jurumirim exigiu a desapropriação judicial de mais de 50 mil hectares de terras, o que resultou na inundação dessas áreas. Esta medida desagradou muitos fazendeiros e lavradores locais. Os primeiros impactos ambientais ocorreram durante a construção da hidrelétrica e do extenso reservatório, afetando significativamente a fauna e a flora do vale. A vegetação original desapareceu sob as águas, com muitas espécies de árvores sendo cortadas ou submersas e eventualmente extintas.
Ponte Carvalho Pinto
A Ponte Carvalho Pinto, inaugurada em 30 de junho de 1962, continua a ser, 50 anos depois, o principal elo de ligação no sul paulista. Historicamente, a primeira ponte sobre as águas do Paranapanema, no território da Vila do Rio Novo, foi autorizada pelo governo provincial em março de 1880, durante o Império. No entanto, essa ponte de madeira foi incendiada por rebeldes na segunda década do século XX, sendo substituída por uma balsa que realizava a travessia do rio de forma lenta e trabalhosa.
Em 1930, uma nova ponte foi construída, servindo como acesso a Itaí por três décadas até o início das obras da hidrelétrica. Este evento motivou políticos da época a pleitear a construção de uma ponte moderna e ampla, considerada essencial para evitar o isolamento de Avaré e da região em relação à capital do estado, cujo acesso principal se dava pela Rodovia Raposo Tavares.
A iniciativa para a construção da aguardada Ponte Carvalho Pinto foi inicialmente do deputado estadual Israel Dias Novaes (1920-2009). Seu pedido sensibilizou o então governador Jânio Quadros (1917-1992), que em 1958 deu a ordem para a construção da ponte.
No entanto, com a demora para o início das obras, o projeto permaneceu paralisado durante o governo seguinte. Isso levou o prefeito Misael Euphrasio Leal (1909-1983) a apelar ao novo governador, Carvalho Pinto (1910-1987), que finalmente deu continuidade e executou a obra que hoje leva seu nome.
Com um orçamento de 500 milhões de cruzeiros, a construção da ponte começou em julho de 1960. Diariamente, 230 operários trabalharam em três turnos para completar a obra em menos de dois anos. A Ponte Carvalho Pinto, então a maior do Estado, foi festivamente inaugurada com seus mil metros de extensão firmados em 26 pilares de concreto, sobre os quais estão assentadas quatro vigas, cada uma pesando 72 toneladas.
A ponte recebeu reforços estruturais nos anos de 1972 e 2004, garantindo sua durabilidade e funcionalidade até os dias atuais.1
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Serviço
5.0
Custo benefício
5.0
Localizaçao
5.0
Limpeza
5.0
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Camila de Oliveira
21/03/2024 at 02:26Lugar maravilhoso, estávamos viajando de Ourinhos para São Paulo e paramos na represa, a vista para água é maravilhoso e também foi possível tirar fotos no deck que eles colocaram a cidade esta de parabéns
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